As obras de revitalização das calçadas no centro de Campo Largo, iniciadas com o objetivo de melhorar a acessibilidade e a mobilidade urbana, tornaram-se alvo de críticas e insatisfação entre os moradores. Recentemente, partes das intervenções estão sendo desfeitas, gerando questionamentos sobre a eficiência e o planejamento das obras públicas na cidade.
O projeto, que visava proporcionar uma cidade mais acessível e com mobilidade adequada para todos os cidadãos, incluía a padronização de calçadas, implantação de nova iluminação para pedestres, arborização urbana e medidas de “traffic calming”, como o alargamento de calçadas nas esquinas, conhecidas como “orelhas” .
No entanto, a execução das chamadas “orelhas” nas esquinas gerou controvérsias. Moradores alegam que essas estruturas dificultam o tráfego de veículos, especialmente em cruzamentos movimentados. Após diversas reclamações, a prefeitura iniciou a remoção de algumas dessas extensões, o que resultou em desperdício de recursos públicos e transtornos para a população.
Um áudio de um morador, que viralizou no WhatsApp, expressa a indignação da comunidade:
“E vamos arrancar tudo as orelhas das esquinas, acabou a folia. Chegou o ano, arranca as orelhas de novo, joga tudo fora, o dinheiro que foi, foi, a água que passou, já passou. Começa tudo de novo. Isso daí não é entendível, né? Porque foi comentado, foi discutido, foi reclamado, foi falado que ia ficar ruim. Foram lá e fizeram. Agora estão arrancando. O que é isso, gente? Me digam o que é isso. Me deem uma explicação. É um karma que tem essa cidade, né?”
A falta de comunicação eficaz entre a administração municipal e a população é apontada como uma das causas do problema. Moradores afirmam que suas preocupações foram ignoradas durante o planejamento e a execução das obras, resultando em soluções que não atendem às necessidades reais da comunidade.
Até o momento, a prefeitura não se pronunciou oficialmente sobre os motivos que levaram à remoção das “orelhas” e o desperdício de recursos envolvidos. A situação evidencia a necessidade de um planejamento urbano mais participativo e transparente, que considere as demandas da população e evite o desperdício de recursos públicos.
A comunidade campo-larguense aguarda esclarecimentos das autoridades competentes e espera que futuras intervenções urbanas sejam conduzidas com maior responsabilidade e diálogo com os cidadãos.