As comemorações dos 35 anos da criação do Parque Nacional de Superagui, em 25 de abril, teve início com a abertura da exposição fotográfica e de artesanato caiçara, no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa, sobre essa unidade de conservação criada pelo Decreto nº 97.688/1989.
O proponente do evento, terceiro-secretário da Assembleia, deputado Goura (PDT) ressaltou a importância de comemorar a criação do Parque Nacional que abrange as ilhas de Superagui e das Peças. “Hoje, aqui na Assembleia, estamos iniciando as celebrações desse Parque Nacional tão importante para o litoral do Paraná, e para o Brasil. Uma área de imensa biodiversidade, de imensa riqueza cultural do povo caiçara. No dia 10 de maio, vamos ter uma audiência pública aqui na Assembleia para discutir as políticas de gestão, de integração do turismo, de base comunitária, do turismo de natureza, com a preservação e a pesquisa nessa área em conjunto com a conservação daqueles ecossistemas”.
O pescador artesanal Adinan Chaga das Dores (Didi) falou das dificuldades que as comunidades enfrentam e que a relação com a unidade de conservação é bem sensível. “Vir aqui na Assembleia legislativa trazer os nossos conflitos dentro do território é de extrema importância. Nós moramos numa ilha onde para chegar nela precisa ter barco. E onde as nossas atividades são a pesca, a roça, a caça e tudo isso foi tirado da gente a partir da criação do Parque Nacional de Superagui. Nós, os caiçaras, estamos lá há mais de 300 anos, mas até hoje vivemos nas escuras. As escolas sem energia elétrica, escolas sem merenda escolar, porque não chega a merenda até lá. Tem várias violações de direitos que acontecem lá, mas as comunidades são as mais interessadas na conservação, porque a gente sabe como preservar sem destruir. Não desmatamos, fazemos manejo da terra, sabemos como plantar, sabemos a hora de caçar, a hora de pescar, a gente tem essas tradições em nosso comportamento”.
As fotos da exposição fotográfica são dos fotógrafos Bruno Santos, Daniel Caron, João Urban, Lineu Filho, Lucas Pontes, Paulo Chaves, Orlando Azevedo e Zig Koch. São 20 imagens, que mostraram aspectos culturais das comunidades tradicionais, as paisagens e a fauna e flora do parque. O curador da exposição, fotógrafo Lucas Pontes contou como foi a escolha das fotos para a mostra. “
Os fotógrafos que se apresentam nessa exposição e a seleção de suas fotos partiu do conceito histórico, documental e paisagístico da unidade de conservação Superagui. Aqui tem 5 anos de busca de fotografias, imagens desde a década de 80, 90, 2000, 2010, 2020 para contar a história da melhor forma possível e através de aspectos paisagísticos, naturais, da fauna, flora e dos aspectos culturais, históricos. Existem pessoas que já estão ocupando esse território há séculos, então, tentamos trazer um pouco dessa visão geral e multidisciplinar do Parque.
Parque
O Parque Nacional do Superagui abrange terras do município de Guaraqueçaba, com o objetivo de proteger e conservar os ecossistemas ali existentes, assegurando a preservação de seus recursos naturais, proporcionando oportunidades controladas para uso pelo público, educação e pesquisa científica. Está localizado no limite dos estados de São Paulo e Paraná, abrangendo uma parcela da APA de Guaraqueçaba
Em 20 de novembro de 1997, a Lei Federal nº 9513/97 ampliou os limites originais do Parque para 33.928 hectares, incluindo em seus novos limites as ilhas Superagüi e Peças e uma porção continental, o Vale do Rio dos Patos. O Parque Nacional do Superagüi abriga importantes amostras dos ecossistemas ali existentes, tais como a floresta atlântica, restinga, manguezais, praias e dunas. É considerada um dos cinco ecossistemas costeiros mais notáveis do globo terrestre.
Atualmente, esta unidade de conservação é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A chefe do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do ICMBio Antonina-Guaraqueçaba, Camile Lugarini, esteve presente na abertura da exposição e ressaltou a importância do Parque Nacional de Superagui para a preservação e pesquisa, inclusive na manutenção de espécies já apontadas como em extinção. “Superagui é uma das mais antigas unidades de conservação do Paraná e também considerado patrimônio cultural e natural reconhecido desde 1970. Trazer essa exposição aqui para a Assembleia, além de valorizar e celebrar os 35 anos do Parque, tem por objetivo mostrar para a sociedade paranaense e especialmente para o Legislativo, que são nossos representantes, a importância das unidades de conservação para a economia da região. Guaraqueçaba é uma cidade com baixo IDH, por isso a importância de mostrar para os nossos legisladores que a região carece de muitos serviços, especialmente de infraestrutura”.
Superagui é uma unidade de conservação e manifesta a remanescência de espécies que só ocorrem naquela região, como o mico-leão-da-cara-preta, o papagaio de cara-roxa e o boto cinza. Além disso, na região existe uma população caiçara que tem, na sua base, a pesca artesanal e também o turismo de base comunitária.
Serviço:
Exposição fotográfica 35 anos do Parque Nacional de Superagui
Local: Espaço cultural da Assembleia Legislativa do Paraná
Horário: 9h as 18h
Data: 22/04 até 26/04