Campo Largo, no Paraná, está em destaque com um surpreendente número de leitos hospitalares: mais de cinco para cada mil habitantes, colocando a cidade no topo do ranking estadual. O prefeito Maurício Rivabem não perdeu tempo em promover essa estatística como um grande triunfo de sua administração. No entanto, a realidade nos bastidores da Saúde Pública revela um cenário bem diferente.
Grande parte desse número impressionante deve-se ao Hospital do Rocio, uma instituição privada que atende majoritariamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 90% de seus atendimentos voltados para pacientes do sistema público. Embora pareça uma grande vantagem para a população local, a situação é mais complexa.
Os moradores de Campo Largo têm enfrentado dificuldades para conseguir atendimento adequado na própria cidade. O Hospital do Rocio, apesar de sua capacidade e serviços de excelência, ele atende diversas cidades do Estado do Paraná e moradores reclamam que não há leitos disponíveis para a população campo-larguense. Isso se reflete na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local, que vive superlotada, com longas filas e espera angustiante por cuidados médicos.
A insatisfação da população é evidente nas redes sociais. Nos comentários de um recente post do prefeito Rivabem, críticas à saúde pública são abundantes.
Este aparente paradoxo levanta dúvidas sobre a verdadeira eficácia da gestão de Maurício Rivabem em relação à saúde pública local. Enquanto os números podem ser utilizados para construir uma narrativa positiva, a vivência diária dos cidadãos mostra que ainda há muito a ser feito para que Campo Largo possa realmente ser uma referência em saúde, não apenas nos números, mas na prática.
Com a eleição se aproximando, é crucial que os campo-larguenses estejam atentos às estatísticas e à realidade por trás delas. O que a cidade realmente precisa é de uma gestão que olhe além dos números e trabalhe para resolver as questões críticas que afetam diretamente a vida dos seus cidadãos.
Este é um chamado para que a administração municipal escute as necessidades reais da população e tome medidas concretas para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde em Campo Largo. Afinal, a verdadeira medida de uma boa gestão está em como ela cuida do seu povo.
Infelizmente, pra se ter atendimento no Rocio precisa passar pelo UPA. Ou seja, o Hospital só é referência pra quem vem de fora.