O presidente da Sociedade Paranaense de Nefrologia, Paulo Henrique Fraxino, participou, nesta segunda-feira (22) do Grande Expediente na sessão plenária da Assembleia Legislativa. Por proposição da deputada estadual Márcia Huçulak (PSD), o médico falou sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica (DRC), um mal silencioso que pode acometer cerca de 20 milhões de brasileiros e 1,2 milhão de paranaenses.
Estima-se que 850 milhões de pessoas em todo mundo tem algum tipo de doença renal. A preocupação apontada pelo palestrante, doutor Paulo Fraxino é de que a doença renal crônica (DRC) não apresenta sintomas significativos ou específicos nos estágios iniciais, por isso o diagnóstico precoce, através do exame de creatinina controla ou retarda a progressão. A Sociedade Paranaense de nefrologia aponta que de 80 a 95% dos pacientes que não tem conhecimento do seu diagnóstico, indicando que as pessoas estão morrendo devido a oportunidades perdidas de detectar precocemente que têm DRC e de receber um bom atendimento.
A proponente do tema no Grande Expediente e líder do Bloco parlamentar Temático da Saúde Pública, deputada Márcia Huçulak (PSD), ressaltou a atenção necessária sobre as doenças renais crônicas. “É uma obrigação de nós parlamentares, fazer esse alerta e buscar soluções para o nosso estado. Esta Casa tem o poder de vocalização, de alertar a sociedade paranaense. Nós temos que falar, alertar e conscientizar. Após a pandemia de COVID, temos muitas situações de pacientes que se agravaram, muitos que ficaram à beira dos leitos e precisam de tratamento dialítico. É um problema de saúde pública que devemos enfrentar e alertar a população sobre questões alimentares que são bem simples, por exemplo, menos sal na comida, cuidado com o sobrepeso porque a obesidade é um fator de híbrido que abrange a diabetes e hipertensão, e que por sua vez, leva à doença renal crônica. Por isso é preciso trabalhar essas informações para que as pessoas possam fazer escolhas melhores em prol da sua saúde”.
A Sociedade Paranaense de Nefrologia indica que a proporção de mortes atribuídas à DRC é de uma a cada dez pessoas, que levou a DRC a ser classificada como a 7ª causa de mortes em todo mundo. No Paraná existem apenas 50 clínicas de diálise para atender os 399 municípios e atualmente existem 8.647 pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS), sendo que 82% dos pagamentos são efetuados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Pessoas com doença renal crônica, em seu estágio mais avançado, precisam realizar diálises continuadamente para a manutenção de suas vidas. A terapia renal substitutiva divide-se hemodiálise, hemodiafiltração, diálise peritoneal e transplante renal. Enquanto o transplante renal depende da compatibilidade e da condição clínica do paciente, ao mesmo tempo esbarra na oferta insuficiente de órgãos, já as terapias dialíticas dependem da disponibilidade de máquinas, insumos e vagas em clínicas.
O presidente da Sociedade Paranaense de Nefrologia, doutor Paulo Henrique Fraxino explicou a importância de se intensificar a campanha de conscientização do diagnóstico precoce e a presença no Grande Expediente da Sessão Plenária da Assembleia. “Viemos aqui nessa Casa de Leis de todos os paranaenses trazendo este alerta sobre as doenças renais crônicas. O diagnóstico precoce é talvez a mensagem mais importante e aí é preciso da ajuda do Poder Público com relação a isso. Como eu mostrei nos dados apresentados, os números não estão sendo revertidos nos últimos anos. Apesar de todo o esforço que é feito pela sociedade médica e também pelos órgãos gestores, os números ainda não são favoráveis”.
“A população vem envelhecendo e o número de doenças crômicas não transmissíveis vão aumentar, dentre elas, o diabetes e a hipertensão, que são as maiores causas de entradas de pacientes em diálises pela perda da função dos rins e outras doenças. Isso é uma preocupação constante nossa e a nossa luta, já há muito tempo, é pelo diagnóstico precoce na busca da doença renal. Nós não podemos esperá-la, esperar que ela traga sintomas, os sintomas aparecem muito tardiamente, muitas vezes quando o paciente já precisa de tratamento dialítico, então, fica o alerta para as populações de risco. A nossa expectativa é que um exame simples e muito barato de ser feito, que é a creatinina, possa ser feito de maneira rotineira, principalmente na população de risco. Com este exame temos a ideia do funcionamento dos rins e detectamos antecipadamente a doença com a possibilidade talvez, de reversão ou tratá-la para evitar ou ainda retardar a entrada da diálise”, sentenciou o doutor Paulo Henrique Fraxino.
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